O sertão nordestino volta a sentir a força impiedosa da seca. Em Iracema, especialmente na região da Serra dos Bastiões, o sol tem sido inclemente, e a chuva — esperança maior do sertanejo — vem se tornando cada vez mais rara.
Os pequenos criadores de animais e agricultores familiares são os que mais sofrem. Com os açudes e barreiros praticamente secos, muitos têm dificuldade até para garantir a água do consumo diário. O pasto escasso faz o rebanho definhar, e o custo da ração e do milho, quando encontrados, está cada vez mais alto.
Seu Raimundo, agricultor da comunidade Baixa Grande, conta que já perdeu parte do rebanho por falta de alimento.
“A gente planta, cria e espera o inverno pra renovar a esperança. Mas quando a chuva não vem, tudo se perde… o gado, o milho, o feijão, e até o ânimo da gente.”
Apesar de toda a tecnologia moderna — satélites, previsões e aplicativos — o sertanejo ainda mantém viva a tradição dos profetas da chuva. São homens e mulheres que, observando o comportamento dos animais, das plantas e do vento, tentam decifrar o que o céu reserva.
Mesmo diante de um cenário desafiador, os profetas populares seguem firmes, acreditando nos sinais da natureza e reforçando uma cultura que atravessa séculos. Em tempos de incerteza, a fé continua sendo o alimento espiritual do sertão.
Enquanto os olhos do mundo estão voltados para a tecnologia, os olhos do sertanejo seguem voltados para o céu — na esperança de ver cair as primeiras gotas que renovam a vida no campo.
“Quando o chão racha, o coração do sertanejo se enche de fé. Porque é da terra e da esperança que nasce a força do nosso povo.”
📺 Reportagem especial de Francisco Filho
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